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Dez10
RABISCANDO UMAS ASAS DE PAPEL
Maria João Brito de Sousa
Cada verso me nasce, sem pedir,
Com asas de papel, corpo de chama,
Quando, nele, em voz alta se proclama
Tudo quanto me doa… se o sentir…
Cada verso que "roubo" é, sem mentir,
Isento de razão, alheio à fama,
Surgindo como a chuva se derrama
Sobre eternas planuras a florir.
Cada qual se reforça quando afirma
Seu derradeiro apelo à solidão;
Rabisco mal esboçado, mas urgente
De quem dispensa um outro que o redima…
Por cada verso, a ponte em suspensão
Entre aquilo que sou e toda a gente…
Maria João Brito de Sousa - 29.12.2012 - 14.51h