CANTO DE OUTRA ANTIQUÍSSIMA MEMÓRIA
O soneto de hoje é dedicado à Laurinda Alves que faz anos amanhã e cujo blog http://laurindaalves.blogs.sapo.pt/ eu acabo de visitar.
Não foi um soneto concebido expressamente para ela, mas eu sou uma daquelas pessoas que acreditam, no mais fundo de si, que a Arte e o Acaso devem andar de mãos dadas.
Parabéns, Laurinda! :)
Evoco, à luz da lua , o teu cabelo
E as nossas duas bocas num só beijo,
Enquanto, lá no alto, o Sete-Estrelo
Nos oferecia um brilho benfazejo
Evoco quanto havia de mais belo
E em tudo o que evoquei, hoje revejo
Um rei que vem voltando ao seu castelo
Em asas que engendrei, por meu desejo
Vejo, então, o teu vulto ir-se afastando
E vai crescendo, em mim, um choro brando
Que extravasa e me inunda o coração
Talvez depois te evoque… ou nunca mais
Conjure esses teus traços virtuais
(como se este estar só não fosse opção…)
Maria João Brito de Sousa