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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
25
Out10

SÁBADO, DOMINGO E SEGUNDA FEIRA XX

Maria João Brito de Sousa

 

UM LEITO NA FLORESTA

 

(Soneto em decassílabo heróico)

Nesta quase-cidade adormecida
Onde os prédios, de pálpebras cerradas,
Choram gatos em cio, cumprindo a vida
Junto às ocasionais águas-furtadas,

 

Mora um estranho silêncio que, à partida,
Me embebeda de lua e madrugadas,
Mas, depois, me interpela: - “Alma perdida,
Porque sonhas Floresta, olhando estradas?

 

E porque te deténs sobre o cimento
Quando um choupo te aguarda e já sedento,
Te estende os velhos ramos descarnados?

 

Porque razão paraste e já não corres?
Não saberás que assim que páras, morres,
Sem ter`s justificado os passos dados?”

 

Maria João Brito de Sousa – 22.10.2010 – 19.03h

 

 

OS HOMENS QUE PESCAVAM AS MEMÓRIAS DE UM RIO

 

Os homens que no rio iam pescar,

Antevendo as memórias, tinham frio;

Varando corpo e alma, um arrepio

Quase os impediria de avançar…

 

 

Mas nenhum deles pensava em recuar;

Ansiavam pelos “peixes” desse rio

E os rápidos, rolando ao desafio,

Eram fracos demais pr`a derrubar

 

 

Essa vontade férrea, irredutível,

Que os levava a tentar esse impossível

No oculto rio da vida-indispensável

 

 

Pois nunca medo algum lhes roubaria

O prémio que esse rio concederia

A quem dele conseguisse esse improvável…

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 23.10.2010 – 14.00h

 

 

 

MINHA LÍNGUA, MEUS POEMAS, MINHA VIDA!

 

 

Minha vida tecida, toda ela,

Sobre as hastes de luz destes poemas,

É muito singular; sobram-lhe penas

E juro que é, contudo, muito bela!

 

 

Suave e jovial - quase aguarela –,

Deixa-se arrebatar, solta as melenas

E rodopia sobre os mil fonemas

Da Língua Portuguesa, a Musa dela…

 

 

Se alguém me separar destes meus versos,

Se o “diabo as tecer” e mos roubar,

Não saberei viver e, se assim for,

 

 

Se me surgirem dias tão adversos

Que se me afunde esta ânsia de rimar…

Então… pr`a quê viver, se o resto é dor?

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 22.10.2010 – 20.47h

 

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