O RIGOR COM QUE JULGAS TEUS IGUAIS...
Eu não te estendo a mão; estendo os poemas
Que tu tentas fazer, mas não consegues
E digo coisas mil que mal percebes
Mas que englobam, também, os teus problemas.
Julgas que sou pedinte e sou apenas
Quem te vai dando mais do que o que pedes
Pois também tu pediste – não o negues!
Por horas menos árduas, mais serenas…
Sabes lá que trabalhos e que esforços
Fazem de mim quem sou, embora tu,
Te atrevas a jurar que fazes mais…
Mas sei que, lá no fundo, tens remorsos;
Revolta-se-te a alma e fica a nu
O rigor com que julgas teus iguais…
Maria João Brito de Sousa
NA FOTO - Eu, ao colo da avó Lylice, o avô poeta e a minha mãe, com a Paloma ao colo.