SEI LÁ II
Sei lá se posso, ou não, continuar,
Se devo ou nem sequer devo escrever,
Se vale, ou não, a pena `inda teimar
Quando a vontade teima em não nascer...
Não sei! Nem sei se posso acreditar
Que amanhã ou depois me vá esquecer
E que a vontade volte a conquistar
Um dom que lhe parece não caber...
Perdi-me e não me encontro sem escrever-me
Mas escrever-me não sei sem me encontrar,
Por isso nada sei! Não me perguntem
Que estranha coisa está a acontecer-me,
Porquê este soneto a gaguejar
Nas palavras que ainda repercutem...
Maria João Brito de Sousa - agora, só porque seria perigoso para a minha permanência física não me nascer, sequer, um péssimo soneto.