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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
25
Mai17

GLOSANDO HELENA FRAGOSO III

Maria João Brito de Sousa

perdi-me....jpg

 

PERDI-ME

 

 

Perdi-me nos abraços da saudade

Nos passos que me esquecem no caminho

Na escuridão que ensombra de verdade

O que restou do lar que era meu ninho...

 

Perdi-me nesta noite de ansiedade

Neste tempo desfeito, tão sozinho...

Sentindo a cada passo a realidade

Deste meu mundo triste...que adivinho.

 

Mas tento inda encontrar essa vontade

De vencer a tristeza que me invade

E luto no final do meu caminho...

 

Perdi-me nos abraços da saudade

Nesta triste e cruel realidade

Sentindo que por vezes já definho...

 

Helena Fragoso

 

 

ULTRAPASSAGEM

 

“Perdi-me nos abraços da saudade”,

Mas mesmo que a saudade me faltasse,

Ter-me-ia bastado a liberdade

Pedir-me que fosse eu quem a abraçasse…

 

“Perdi-me nesta noite de ansiedade”

E embora em minha cama pernoitasse,

Sonhei ser uma escrava que se evade

Das masmorras de fel que outrem criasse…

 

“Mas tento inda encontrar essa vontade”;

Onde hoje encontro só contrariedade,

Enfrento, dia e noite, o mesmo impasse…

 

“Perdi-me nos abraços da saudade”

Mas sobra-me esta dura realidade

E a esp`rança de que um sonho me ultrapasse.

 

 

Maria João Brito de Sousa – 25.05.2017 – 09.34h

 

 

18
Mai17

GLOSANDO MARIA DA ENCARNAÇÃO ALEXANDRE XLIV

Maria João Brito de Sousa

sonhos-e-planos.jpg

 

QUANDO A NOITE CHEGA

 

Serenamente a noite chega e traz

Um bailado com fitas de luar

Num brando musical que se perfaz

Nos sonhos que se formam num olhar

 

Se uma sombra dançante, satisfaz 

Fantasias que crescem no lugar

Onde o som do silêncio é capaz

De num abraço quente vir beijar

 

Os lábios que trauteiam as canções

Ao ritmo do bater dos corações

Quando sonho visita o pensamento

 

E junto com as estrelas e o luar

Há um conjugar perfeito um embalar

Que leva a viajar plo firmamento 

 

 

MEA

9/05/2017

 

 

FINITUDES

 

“Serenamente a noite chega e traz”

Um pouco de descanso ao torturado

Corpo que já não busca senão paz,

Quando da própria paz se vê privado.

 

“Se uma sombra dançante o satisfaz”

E devaneia um tanto alucinado,

Será só porque a dor não foi capaz

De lhe apagar um sonho antes sonhado.

 

“Os lábios que trauteiam as canções”,

Cerram-se agora em estranhas contorções,

Que a dor que quer esquecer não foi vencida

 

“E junto com as estrelas e o luar”,

Está a dor, sempre pronta pr`a lembrar

Que os sonhos também morrem, como a vida.

 

 

Maria João Brito de Sousa – 18.05.2017 – 10.08h

17
Mai17

DO FUNDO DE MIM

Maria João Brito de Sousa

Oscar-Bluemner-Death.JPG

 

Mais fundo, neste poço tão sem fundo,

Mergulho a cada dia em que não vivo

E sinto-me, no fundo, um ser cativo

Que vai dizendo adeus à vida, ao mundo.

 

Perdida da palavra – e nela abundo… -,

De quanta poesia hoje me privo,

Resta-me este mal estranho, consumptivo,

Voraz, perverso, vil, nauseabundo…

 

E sonhei eu escrever até ao fim,

Quando, afinal, a morte chega assim,

Pé-ante-pé, esmagando a pouco e pouco

 

Os frutos que medravam no jardim

Que andava a cultivar dentro de mim,

Em vez de, abrupta, desferir-me um soco.

 

 

Maria João Brito de Sousa – 17.05.2017 – 11.57h

 

Imagem - Tela de Oscar F. Bluemner

10
Mai17

A ESTRANHA, EM VEZ DE MIM

Maria João Brito de Sousa

the-weeping-woman1937.jpg

Das pontas dos meus dedos já não brotam

Palavras como as que antes me brotavam,

Mas os meus pobres dedos já nem notam

Que a palavra era o chão que antes lavravam…

 

Cansados e doridos me derrotam

Diante das vitórias que almejavam

E assim me roubam tudo e me amarrotam,

Embora nem sonhando o que estragavam…

 

Definho nesta extrema dependência,

Eu que sonhei ser livre até ao fim

Dos dias de caminho e de existência,

 

E se esta caminhada acaba assim,

Que acabe duma vez! Não há paciência

Pr`á estranha que me habita, em vez de mim!

 

 

Maria João Brito de Sousa – 10.05.2017 – 13.03h

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