Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

poetaporkedeusker

poetaporkedeusker

UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
30
Jun14

SONETO EM ABSOLUTO SOLILÓQUIO

Maria João Brito de Sousa

 

(Em decassílabo heróico)

 

 

Não sei o que fazer… se ao verbo informe,

Tomada de paixão, tente moldar,

Se negue a sensação sem a esboçar

E a devolva intacta ao que em mim dorme.

 

A compulsão, porém, tornou-se enorme!

Mais forte do que eu sou, quer-se afirmar

E sinto que não mais se irá vergar

Nem há compensação que, hoje, a conforme

 

Ou que possa anular-lhe esta vontade

De ir esculpindo uma voz que agora invade

O espaço das mil causas emergentes.

 

Se o tempo que passou gerou saudade,

Depressa entenderá que esta verdade

Lhe exige gestações bem mais urgentes.

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 23.06.2014 – 18.18h

 

 

Imagem - Pintura de Álvaro Cunhal retirada da página do Partido Comunista Português

21
Jun14

SONETO DE RÉDEA CURTA

Maria João Brito de Sousa

 

(Em decassílabo heróico)

 

 

Sussurro ensimesmado, entristecido,

Ou grito enraivecido e revoltado,

Cada poema emite, ao ser traçado,

Um som que, antes de escrito, é sempre ouvido

 

E, se o poeta o prende, é desmentido,

Tudo o que quis dizer lhe foi roubado

Ao negar-lhe as razões pr`a ser cantado

Que o fizeram nascer livre e sentido.

 

Se afirmo o que afirmei, digo a verdade

Que poderão tomar por má vontade

Contra quem me sugira mote e tema,

 

Porém só sei escrevê-lo em liberdade

E juro que não faço essa maldade

De dar tão curta rédea ao meu poema!

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 13.02.2014 – 19.30h

 

 

IMAGEM - Amadeo de Souza-Cardoso, Os Cavalos do Sultão

19
Jun14

HAVIA UM MAR II

Maria João Brito de Sousa

 

 

 

(Soneto em decassílabo heróico)

 

 

Existe ainda um mar que, em tempo incerto,

Transpondo quanto dique eu lhe impuser,

Me galvaniza e vai, sempre a crescer

Por dentro de mim mesma, a descoberto,

 

Submergindo o que exista lá por perto,

Subindo o que é suposto, em mim, descer

Nessa vaga incontida do meu ser

Que, ao quebrar, se transforma em livro aberto.

 

Mole infinita de ondas e marés

Nas quais, liberta a escrava das galés,

Vaga a vaga, me afundo em vaga alheia

 

De um mar que podes ser, que também és,

Se à praia desces e, molhando os pés,

A espuma ascende em nós, galgando a areia.

 

 

Maria João Brito de Sousa – 01.04.2011- 09.16

 

NOTA DA AUTORA - Soneto em decassílabo heróico, trabalhado a partir do soneto original “Havia um Mar”, in PEQUENAS UTOPIAS -  

CORPOS EDITORA, Maio de 2012.

 

 

 

14
Jun14

UM SONETO "FORA DA LEI"

Maria João Brito de Sousa

 

(Em decassílabo heróico)

 

 

Passaram tantos dias, tantos anos

(… a vida é mesmo assim que se desenha,

Não escrevo pr`a chorar-lhe os desenganos),

Que aqui tento evocar, nesta resenha

 

Do “engenho” que cresceu nos meus “meccanos”,

Das bonecas de loiça ou desta estranha

Memória que, ao passar, não causa danos

Porque, aos danos que fez, esquece e desdenha.

 

Nostálgica… não sou, nunca o serei!

Se evoco, é porque nisto reproduzo

O pouco, o muito pouco qu`inda sei

 

Que vou fazendo enquanto me conduzo

Ao sabor da palavra e contra a “lei”

Que a tantos dobrará, mas que eu recuso.

 

 

Maria João Brito de Sousa – 14.06.2014 – 17.13h

07
Jun14

UM SONETO PARA AGRADECER A TODAS AS PALAVRAS NUNCA DITAS

Maria João Brito de Sousa

 

(Em decassílabo heróico)

 

Lá ficam mil palavras por nascer

Neste vê-se-te-avias de uma vida

Onde morre a palavra preterida

Por outra que não quer retroceder,

 

E quem nelas se enreda até morrer,

Quem delas faz preâmbulo e partida,

Agradece à palavra já rendida

As muitas que ela acaba de acolher;

 

Pr`a todas as palavras nunca ditas

Porque outras mais propícias, mais bonitas,

Vieram preencher quanto diriam,

 

Aqui deixo as que agora foram escritas

Pois todas elas devem ser benditas

Quanto à nobre função que exerceriam…

 

 

Maria João Brito de Sousa – 07.06.2014 – 16.18h

 

Imagem - Massacre da Coreia, 1951 - Pablo Picasso

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Em livro

DICIONÁRIO DE RIMAS

DICIONÁRIO DE RIMAS

Links

O MEU SEBO LITERÁRIO - Portal CEN

OS MEUS OUTROS BLOGS

SONETÁRIO

OUTROS POETAS

AVSPE

OUTROS POETAS II

AJUDAR O FÁBIO

OUTROS POETAS III

GALERIA DE TELAS

QUINTA DO SOL

COISAS DOCES...

AO SERVIÇO DA PAZ E DA ÉTICA, PELO PLANETA

ANIMAL

PRENDINHAS

EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE POETAS

ESCULTURA

CENTRO PAROQUIAL

NOVA ÁGUIA

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL

SABER +

CEM PALAVRAS

TEOLOGIZAR

TEATRO

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D

FÁBRICA DE HISTÓRIAS

Autores Editora

A AUTORA DESTE BLOG NÃO ACEITA, NEM ACEITARÁ NUNCA, O AO90

AO 90? Não, nem obrigada!