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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
29
Out10

A DISSECAÇÃO

Maria João Brito de Sousa

~

 

Enquanto, por aqui, for poetando,

Disseco isto que sou em mil pedaços

E, assim, serei feliz pois, dissecando,

Terei sempre ocupados os meus braços

 

 

Disseco um pouco mais - reinventando,

Por redefinição, estes meus traços -

E só muito mais tarde – eu sei lá quando!

Partirei à conquista dos espaços…

 

 

Por agora, ocupada como estou,

Sei lá se sei, sequer, dizer quem sou,

Antes de dissecar mais um pouquinho.

 

 

Depois descobrirei por onde vou!

Esta dissecação mal começou

E, em cada descoberta… outro caminho!

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa

 

IMAGEM RETIRADA DA INTERNET

28
Out10

SONETO TAPA-BURACOS [por ter-me esquecido da pen com o soneto de hoje...]

Maria João Brito de Sousa

 

Dos lapsos de memória que vou tendo

Há uns que fazem "mossa" e me colocam

Muito mal, nos deveres a que me prendo,

E que, a muitos de vós, também vos tocam!

 

Tudo isto pr`a dizer que me esqueci

Da "pen" onde escrevi os meus poemas,

Que nem sequer me lembro onde a meti,

Nem sei como resolva estes problemas!

 

Estou cansada demais para ir a casa

E por-me a procurar por toda a parte...

Cá fica um sonetito "esburacado"

 

Pr`a que este desconforto que me arrasa

Se possa diluir num pouco de "arte"

E... perdoem-me a falta de cuidado...

 

 

 

Maria João Brito de Sousa, ao correr das teclas :(

 

27
Out10

NEM SÓ DE MIM...

Maria João Brito de Sousa

 

Porque nem só de mim te irei falar,

Não só do que senti, do que pensei,

Te apontarei os raios de luar

Nas rimas dos poemas que farei,

 

Porque talvez – quem sabe? – eu vá rimar

Sobre um milhão de coisas que nem sei

E chegue, qualquer dia, a dissertar

Sobre o que escrevo, além de quanto herdei…

 

Não leves muito “à letra” o que te diga!

Há dias em que acordo e só me intriga

A génese da Vida, nas razões

 

Que levam qualquer gato a nascer gato…

(... nesses dias sem medo, nem recato,

perco-me inteira em mil divagações…)

 

 

Maria João Brito de Sousa - 27.10.2010 - 15.18h

26
Out10

"VIDA LOCA!"

Maria João Brito de Sousa

 

Não sei se é qualidade ou se é defeito,

Mas quando a louca vida me conquista,

- sem ter em conta os meus pontos de vista… -

Para roubar-me todo o meu direito


À escolha de outro mundo mais perfeito

Em que esta minh`alminha um dia invista,

Nunca ela me dá aso a que desista

Porque é muito real, seu estranho efeito!


Qual tronco de pau-santo, assenta praça

E pouco importa o que eu lhe diga ou faça

Pois “não tuge, nem muge” e não se abala!


[já esquecida de mim, mas furiosa,

observo-a cada vez mais curiosa,

e acabo por render-me e imitá-la…]

 

 


Maria João Brito de Sousa

25
Out10

SÁBADO, DOMINGO E SEGUNDA FEIRA XX

Maria João Brito de Sousa

 

UM LEITO NA FLORESTA

 

(Soneto em decassílabo heróico)

Nesta quase-cidade adormecida
Onde os prédios, de pálpebras cerradas,
Choram gatos em cio, cumprindo a vida
Junto às ocasionais águas-furtadas,

 

Mora um estranho silêncio que, à partida,
Me embebeda de lua e madrugadas,
Mas, depois, me interpela: - “Alma perdida,
Porque sonhas Floresta, olhando estradas?

 

E porque te deténs sobre o cimento
Quando um choupo te aguarda e já sedento,
Te estende os velhos ramos descarnados?

 

Porque razão paraste e já não corres?
Não saberás que assim que páras, morres,
Sem ter`s justificado os passos dados?”

 

Maria João Brito de Sousa – 22.10.2010 – 19.03h

 

 

OS HOMENS QUE PESCAVAM AS MEMÓRIAS DE UM RIO

 

Os homens que no rio iam pescar,

Antevendo as memórias, tinham frio;

Varando corpo e alma, um arrepio

Quase os impediria de avançar…

 

 

Mas nenhum deles pensava em recuar;

Ansiavam pelos “peixes” desse rio

E os rápidos, rolando ao desafio,

Eram fracos demais pr`a derrubar

 

 

Essa vontade férrea, irredutível,

Que os levava a tentar esse impossível

No oculto rio da vida-indispensável

 

 

Pois nunca medo algum lhes roubaria

O prémio que esse rio concederia

A quem dele conseguisse esse improvável…

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 23.10.2010 – 14.00h

 

 

 

MINHA LÍNGUA, MEUS POEMAS, MINHA VIDA!

 

 

Minha vida tecida, toda ela,

Sobre as hastes de luz destes poemas,

É muito singular; sobram-lhe penas

E juro que é, contudo, muito bela!

 

 

Suave e jovial - quase aguarela –,

Deixa-se arrebatar, solta as melenas

E rodopia sobre os mil fonemas

Da Língua Portuguesa, a Musa dela…

 

 

Se alguém me separar destes meus versos,

Se o “diabo as tecer” e mos roubar,

Não saberei viver e, se assim for,

 

 

Se me surgirem dias tão adversos

Que se me afunde esta ânsia de rimar…

Então… pr`a quê viver, se o resto é dor?

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 22.10.2010 – 20.47h

 

22
Out10

O RIGOR COM QUE JULGAS TEUS IGUAIS...

Maria João Brito de Sousa

Eu não te estendo a mão; estendo os poemas

Que tu tentas fazer, mas não consegues

E digo coisas mil que mal percebes

Mas que englobam, também, os teus problemas.


Julgas que sou pedinte e sou apenas

Quem te vai dando mais do que o que pedes

Pois também tu pediste – não o negues!

Por horas menos árduas, mais serenas…


Sabes lá que trabalhos e que esforços

Fazem de mim quem sou, embora tu,

Te atrevas a jurar que fazes mais…


Mas sei que, lá no fundo, tens remorsos;

Revolta-se-te a alma e fica a nu

O rigor com que julgas teus iguais…

 

 


Maria João Brito de Sousa

 

 

NA FOTO - Eu, ao colo da avó Lylice, o avô poeta e a minha mãe, com a Paloma ao colo.

21
Out10

A PRÓXIMA PARAGEM

Maria João Brito de Sousa

 

A próxima paragem será minha,

Não quero partilhá-la com ninguém…

Devolvo à terra o que da terra vem

E voo em negras asas de andorinha


Se, ao parar, a minha alma se encaminha

Para o que, cá na Terra, nunca tem,

Eu paro de vontade e vou por bem

Aonde me levar essa avezinha…


A minha ambiguidade funcional

Aponta-me o caminho e, afinal,

Ainda tenho tanto pr`a escrever…


Talvez seja depois, muito mais tarde,

Que me surja a paragem – Deus me guarde!

[eu sei lá quanto tempo irei viver!...]

 

 


Maria João Brito de Sousa

20
Out10

IDENTIDADE

Maria João Brito de Sousa

 

Aonde eu alcançar, haverá mundo,

As ondas sonharão, farei poemas

E encher-se-á o mar de novas penas

Mas não das mil marés de que me inundo!


E se acaso avistar, lá bem no fundo,

As algas que se agitam, quais melenas,

Por elas cantarei as mais pequenas

Das rimas singulares em que me afundo…


Eu mesma serei água e, a quanto mar

Possa sequer pensar em submergir-me,

Tentando diluir-me esta vontade,


Resguardando o meu estro de luar,

Direi ter-lhe entregado, ao diluir-me,

Tudo menos tão estranha identidade…

 


Maria João Brito de Sousa

 

 

 

 

A nossa pequena Carolina Lucas continua a sua caminhada de recuperação e precisa da nossa ajuda! Vamos visitá-la ao [www.carolinalucas.bazar/com]

19
Out10

PORQUE VIVER É TRANSFORMAR...

Maria João Brito de Sousa

 

 

 

 

Deixo-te, mundo meu, a minha vida

Igual a muitas outras – tantas mais...-

Neste leque de sonhos virtuais

Em jeito de quem esteja de partida.

 

 

Deixo-te, mundo meu, na despedida,

O meu baú de ossadas de ancestrais,

E um hino, por amor dos animais,

Antes que seja tarde e que eu, rendida,

 

 

Não possa mais dizer-te que existi,

Que, por motivos que hoje desconheço,

Morri qu`rendo deixar-te o que deixei,

 

Por isso, mundo meu, te deixo aqui

O que me fez pagar tão caro, em preço,

Quanto ao ser-me legado eu transformei.

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 16.10.2010 – 16.20h

 

18
Out10

PEDIDO DE DESCULPAS

Maria João Brito de Sousa

 

Peço desculpa. Prometi um soneto para hoje  - tenho vindo a prometê-lo ao longo das respostas que dei aos vossos comentários - e esqueci-me de o guardar na pen. Esqueci-me mesmo!

Algumas das fotografias de que falei, foram guardadas e, como tal, irei publicá-las no meu álbum do Sapo. Para quem tenha alguma curiosidade em vê-las, bastará fazer um duplo clique nessa minha fotografia que já tem cinquenta e sete anos de idade :)

 

Descobri, no entanto, um poema que penso ainda não ter publicado, mas que formalmente se adequa ao http://liberdadespoeticas.blogs.sapo.pt/

 

Mais uma vez apresento o meu pedido de desculpas. Noutras circunstâncias, iria até casa fazer a transferência do soneto para a pen, mas estou demasiado cansada para o fazer.

13
Out10

ONDE EU NÃO PUDER ESTAR...

Maria João Brito de Sousa

 

 

Onde eu não puder estar, estará, de mim,

O meu sonho ancestral, sem dimensão,

De quem se quer Poeta até ao fim,

De quem nunca terá outra ambição

 

E, haja, ou não, mil flores no meu jardim,

Receba, ou não receba, uma atenção,

Bendito seja quem me fez assim

E quem me deu a escrita por missão.

 

Virão mais tempestades! Calarei

Por dias, ou semanas, minha voz

E todas as palavras que, negadas,

 

Ainda assim serão, porque as cantei,

Um rio que, ao desaguar, encontra a foz

Do mar das que por outros são cantadas...

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - 13.10.2010 - 12.45h

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