Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

poetaporkedeusker

poetaporkedeusker

UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
30
Jul10

POR OBRA E GRAÇA

Maria João Brito de Sousa

 

Antes de mim, só sonho e, porventura,

Aquilo que haveria de existir.

Depois uma envolvência, cio, ternura…

Rituais que estar vivo faz surgir.


Viver é, sobretudo, uma aventura

E ainda aventura o persistir

No perpétuo mistério da procura

E na glória imperfeita de o sentir.


Antes de mim, antes de cada vida,

Um vazio por encher talvez esperasse

Mais um outro qualquer procriador


Pois cada vida deve ser cumprida

Tanto quanto se possa e tudo nasce

Por obra e graça de um poder maior…

 

 


Maria João Brito de Sousa

 

 

Imagem retirada da internet

29
Jul10

O CONFRONTO II

Maria João Brito de Sousa

Eu visto este insepulto simulacro

Do corpo a que estar viva me condena

E rasgo, véu a véu, o gosto amargo

De tudo o que  nascer da minha pena…


Quantas vezes luzi por entre os astros?

Em que órbitas se traça a estranha cena

Da colisão estelar, nos céus mais vastos,

Quando a nossa visão se torna plena?


Ah, que estranhos caminhos nos apontam

A morte e o nascimento de uma estrela

E esse imenso caos do seu confronto!


Majestosos titãs, quando se encontram

- de uma grandeza absurdamente bela! –

E, à vista desarmada, um mero ponto…

 

 


Maria João Brito de Sousa – 29.07.2010 – 00.02h


 

Imagem retirada da internet

28
Jul10

NOS OLHOS DE QUEM CHORA

Maria João Brito de Sousa

 

Nos olhos desvendados de quem chora

Moram novas razões… quem o não sabe?

Antes que a luz se vá, que o dia morra,

Antes que o próprio choro se lhe acabe,

 

 

Antes do repensar de uma demora,

Antes desse soluço que os invade,

Antes que vá chegando a sua hora

E antes da razão que lhe não cabe,

 

 

Nos olhos de quem chora se desvenda

Um mar, todo inteirinho e revoltado

Por ondas gigantescas que só morrem

 

 

Quando houver quem ensine e quem aprenda

Que o mar que vem dos olhos é escusado,

Tal como o sal das lágrimas que escorrem.

 

 

 

Maria João Brito de Sousa

23
Jul10

VIVÊNCIA

Maria João Brito de Sousa

 

Eu canto este animal que existe em mim;

Pacífico, leal, vocacionado

Para não desistir, antes do fim,

Do que quer que tivesse começado.


Canto este bicho que descreve, assim,

Momentos do que em si foi já passado

E o enfeita com hastes de alecrim

Consciente de um fim sempre adiado…


Canto, em boa verdade, a minha vida;

Os meus cinco sentidos – e algo mais… -

Sob a teia lunar de uma envolvência


Aleatoriamente traduzida

- como a de tantos outros animais –

Naquilo que a que chamamos de vivência…

 

 


Maria João Brito de Sousa – 23.07.2010 – 00.32h

22
Jul10

SÓ POR UM BOM/MAU MOTIVO!

Maria João Brito de Sousa

 

Como posso eu escrever seja o que for

Se, hoje, esta insegurança me venceu,

Se o tal subsídio, desfeito em vapor,

Se faz tardar... ou desapareceu?!

 

Ninguém me diga nada, por favor!

Eu já pensava tê-lo como meu

E, de repente, some-se um valor

Que eu- julgo... - o meu trabalho mereceu!

 

As contas que não esperam por ninguém

Não vão  dar-me um segundo de sossego

E um desabafozinho é admissível...

 

Se agora eu não escrever assim tão bem

É porque estou zangada e não o nego!

[raramente sou má, fico irascível...]

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - agora mesmo, sem grande vontade e com uma pitada de "zanga"

 

 

IMAGEM - Caricatura de António de Sousa nos seus tempos de Coimbra

21
Jul10

SONETO? NENHUM!

Maria João Brito de Sousa

 

Não sei o que fazer… nem um soneto,

Por mais pobre que seja- ou menos bom… -,

Por mais “de pé quebrado” ou incompleto,

Se digna bafejar este meu dom!


Portanto, saia lá o que sair,

Por pura teimosia, eu vou escrevendo

E se não for soneto, este “sentir”

É, ao menos, aquilo que eu pretendo…


Papagueada a métrica insegura,

Agrupados os versos dois a dois,

Vou preparando os tercetos finais


E, não estando impecável a estrutura,

Não vos posso jurar que vá depois

Dedicar-me a escrever uns versos mais…

 


Maria João Brito de Sousa – 21.07.2010

 


A precisar de férias…mesmo!

20
Jul10

NESSES DIAS, TÃO MAIS LUMINOSOS...

Maria João Brito de Sousa

 

 

Há dias em que a luz é tão brilhante,

Que as coisas tomam tons muito dif`rentes

E nada pode ser mais importante

Do que essas mutações quase aparentes…


Nesses dias, o brilho do diamante,

Fica a dever aos verdes inocentes

Daquele pinheiro bravo - esse gigante… -

Que pr`a mim ergue os braços rescendentes.


Há dias em que a luz tem mais calor

E esse estranho sabor de uma alegria

Que ainda recordamos… nesses dias.


Por vezes, cheiro a luz na própria cor

Pensando que essa luz me bastaria,

Que tudo o mais são meras fantasias…

 

 


Maria João Brito de Sousa – 19.07.2010 – 19.09h

 

 

Imagem retirada da internet

19
Jul10

SÁBADO, DOMINGO E SEGUNDA FEIRA XV

Maria João Brito de Sousa

 

 

NUM MOMENTO DE PAUSA

 

 

Foi nas margens de um lago virtual

Onde, às duas por três, quis descansar

Que encontrei um estranhíssimo animal

Que por ali andava a vaguear…


Não pude adjectivá-lo de normal,

Arquivei-o na pasta de “Invulgar”

E, sem que eu lhe fizesse nenhum mal,

Acabou, afinal, por “pôr-se a andar”…


Não se sabe o que pode acontecer

Quando um estranho animal nos desafia,

Desmentindo esse pouco que aprendemos…


Este fugiu de mim, que o queria ver,

Outro talvez pareça que confia…

Mas fujamos daquele que nunca vemos!

 

 


Maria João Brito de Sousa – 04.07.2010 – 18.32h

 

 

 

CONVERSAS DE MÃE PR`A FILHO

 

 

 

Correste encosta abaixo e não paraste

Senão quando chegaste à beira mar;

Decerto te esqueceste de abrandar

E na espuma das ondas mergulhaste…


Ainda me recordo que choraste

Quando sentiste a dor a penetrar

Tua fronte molhada, a gotejar

Da mesma espuma em que te aventuraste.


E lembro um outro dia, há tantos anos,

Em que sofrendo muito poucos danos

Me vieste, a correr, pedir miminhos


Mostrando uma equimose que passou...

Dias depois, quando algo te assustou,

Cobri-te a rosto inteiro de beijinhos…


Maria João Brito de Sousa

 

 

 

DANÇA COMIGO!

 

 

 

 

Anda dançar comigo, bailarino,

Nas asas de luar da melodia

Que redesenha, em rasgos de magia,

O mais perfeito rumo de um destino…


Das voltas que tu dás, desde menino,

Dos teus passos, de um gesto de harmonia,

Irrompem sucedâneos de alquimia

Multiplicando o espaço em desatino.


Anda dançar comigo a noite inteira

Depois do pôr-do-sol, quando o luar

Tomar pr`a si as rédeas deste céu


E, tanto quanto lembro, verdadeira,

Virá, então por nós, pr`a nos chamar

Quando ele estiver já escuro como  breu…

 

 


Maria João Brito de Sousa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

16
Jul10

O URSO POLAR E EU

Maria João Brito de Sousa

 

Ouvi o teu rugido. O teu percurso,

A lonjura polar de um mar qualquer…

Depois, interrompendo o teu discurso,

Olhaste e viste em mim uma mulher...

 

 

Muito embora assustado, eras um urso

E eu, que vinha em paz, sem já saber

Como explicar-te o que nem mesmo um curso

Poderia ajudar-te a perceber…

 

 

Pensei, então, dizer-te que nem todos

Os bípedes primatas, como eu sou,

Te irão desrespeitar ou destruir

 

 

Mas em vez de o dizer, chorei a rodos…

Por trás de mim, alguém que disparou,

Calou-te sem te dar tempo a fugir…

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa 

 

IMAGEM RETIRADA DA INTERNET

15
Jul10

DEPRESSA/DEVAGAR

Maria João Brito de Sousa



Depressa/devagar se chega aonde,

Depressa ninguém chega e, devagar,

Também nenhum de nós pode chegar

Porquanto o horizonte em si o esconde…


Depressa… e tudo fica mal esboçado.

Tanto erro cometido e tanto engano

Que, mais tarde ou mais cedo, trará dano

A quem, passando, venha descuidado.


Devagar, tantas vezes por cansaço,

Outras vezes porém… puro desleixo!

Depressa e devagar, sempre alternando,


Conforme a prontidão do nosso braço,

Prevendo, com clareza, outro desfecho,

Pr`a quem vai construindo e "poetando"...

 

 


Maria João Brito de Sousa

 

 

 

 

 

 

 

 



14
Jul10

ASAS PARA VOAR

Maria João Brito de Sousa

 

 

“Tem asas pr`a voar!”, pensava então,

Considerando o Espaço Virtual…

Depois tomei pr`a mim quanta ilusão

Surgira desse Espaço e, afinal…


Esse Espaço tornou-se habitação

E, sempre que engrossava o seu caudal,

- fruto de uma imprevista reacção-

Cresciam-lhe umas asas de cristal…


Estas coisas da química da vida

Podem, por vezes, ser surpreendentes

E trazer-nos tão estranhos resultados


Como esta reacção tão desmedida,

Tão ímpar, talvez tão sem precedentes

Quanto as asas reais dos seres alados…

 

 

 


Maria João Brito de Sousa -12.07.2010 – 22.49h

Pág. 1/2

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Em livro

DICIONÁRIO DE RIMAS

DICIONÁRIO DE RIMAS

Links

O MEU SEBO LITERÁRIO - Portal CEN

OS MEUS OUTROS BLOGS

SONETÁRIO

OUTROS POETAS

AVSPE

OUTROS POETAS II

AJUDAR O FÁBIO

OUTROS POETAS III

GALERIA DE TELAS

QUINTA DO SOL

COISAS DOCES...

AO SERVIÇO DA PAZ E DA ÉTICA, PELO PLANETA

ANIMAL

PRENDINHAS

EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE POETAS

ESCULTURA

CENTRO PAROQUIAL

NOVA ÁGUIA

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL

SABER +

CEM PALAVRAS

TEOLOGIZAR

TEATRO

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D

FÁBRICA DE HISTÓRIAS

Autores Editora

A AUTORA DESTE BLOG NÃO ACEITA, NEM ACEITARÁ NUNCA, O AO90

AO 90? Não, nem obrigada!