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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
13
Ago09

AMORES E DESAMORES

Maria João Brito de Sousa

 

A tua face hermética e segura,

O teu vulto elegante e decidido…

Desculpa ter brincado e ter-me rido,

Ter-te feito passar por tal figura!

 

Um dia, no passado, - que loucura!

Quando te via ao longe e, distraído,

Passavas e ficavas entretido

A olhar-me sem ponta de ternura…

 

Ai, esse tempo de menina e moça!

Era olhar-te e pasmar, sonhar contigo

Num somatório absurdo de promessas,

 

Mas hoje é só de mim que faço troça

E tu, se acaso foste meu amigo,

Podes troçar também, antes que esqueças.

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - 13.08.2009

 

 

Imagem retirada da internet

12
Ago09

SEGREDOS E TRANSPARÊNCIAS

Maria João Brito de Sousa

 

 

 

Esconde-se, desvelada em mil segredos…

Depois, se a lua-cheia a vem beijar,

Revela-se no céu, põe-se a brilhar,

Livre dos infundados, loucos medos.

 

Tento agarrá-la, então, entre os meus dedos

E ela foge de mim, sempre a brincar

Por entre os brancos raios de luar,

Por cima do mar bravo e dos rochedos…

 

Ninguém jamais a viu, ninguém a teve,

Ninguém sabe dizer de que cor é,

Qual é a sua forma, o que contém…

 

Passa por mim e eu quero que me leve

Até ao limiar da minha fé

E ainda, depois disso, um pouco além!

 

 

Imagem retirada da internet

11
Ago09

VIAGEM DE UM NÁUFRAGO ENLUTADO

Maria João Brito de Sousa

 

Luar de Lua-nova em que descansa

Um homem que perdeu sonhos de mundo.

Debruçou-se e caiu. Lá foi ao fundo

Sem ter vara de pesca, rede ou lança.

 

Foi girando em espiral. Que estranha dança

Dançou ao mergulhar no mar profundo!

Não sabia estar sujo e estava imundo,

Coberto de desonra e de abastança.

 

Depois sentiu-se bem, ficou lavado

De impurezas reais e do pecado

De ter sido banal, inútil, bruto.

 

Eternidades mil terão passado

E esse homem voltou muito mudado,

Despido do seu estranho, obsceno luto.

*

 

Maria João Brito de Sousa - Agosto, 2009

 

10
Ago09

DESPEDIDA

Maria João Brito de Sousa

 

 

Homem que dedicaste a vida inteira

Ao sorriso, ao sabor da gargalhada,

Recebe esta homenagem declamada

Que aqui te deixo, à hora derradeira.

 

Foi rica, a tua humana sementeira!

Se contigo não levas mesmo nada

Serás mais rico. Foi-te consagrada

A honra mais sublime e verdadeira…  

 

Jamais te esquecerão! Jamais serás

Uma coisa passada e já sem uso

Que alguém possa dizer que não faz falta.

 

Que Deus te tenha agora em sua paz!

P`ra ti estas palavras que conduzo

Entre os mais que te viram na Ribalta…

 

 

 

Imagem retirada da internet

07
Ago09

SONHOS II

Maria João Brito de Sousa

 

Sonhou com diamantes, ametistas

E ouro do mais fino e do mais puro...

Mil coisas que não quero nem procuro

Como é próprio da vida dos artistas.

 

Ele, porém, purista entre os puristas,

De trato pouco afável, rosto duro,

Quis mostrar-se indif`rente... até seguro

De estar acima de outros elitistas.

 

Que sonhos tão banais esse homem tinha...

Por fim lá fez vingar os sonhos de ouro

E acabou por morrer deveras rico!

 

Quanto a mim... tenho sonhos de avezinha!

Nunca almejei, sequer, um tal tesouro

E vou enriquecendo enquanto fico...

 

 

Fotografia de Nuno Rico, retirada da internet

06
Ago09

CAIXINHA

Maria João Brito de Sousa

 

Sou caixa de Pandora feita à pressa

Na mesa de madeira sem raiz,

Apenas enfeitada com verniz

Construída entre dúvida e promessa…

 

Caixinha toda feita peça a peça

Dessa madeira velha que eu não quis

Mas que volta a tornar-me tão feliz

Assim que a brincadeira recomeça…

 

Caixinha da surpresa… presa… presa

Ao recomeço, ao tempo pendular,

A esse eternizar de uma criança

 

Que nunca poderá sair ilesa

Do que a caixinha um dia revelar

E de um jogo que cansa… cansa… cansa…

 

 

Imagem retirada da internet

05
Ago09

MEMÓRIA DESCRITIVA

Maria João Brito de Sousa

 

 

Era azul, como o mar… ou mais ainda!

Suave e tão lento quanto a lentidão,

Desenhava-se, ao fundo, um vulto vão

E paisagem de fundo era tão linda…

 

 

 

A outra veio vê-lo. Era bem-vinda.

Destacava-se, enfim, da multidão

Como se fosse a própria solidão.

Aquela que, ao chegar, nunca se finda…

 

 

 

Era melhor assim! Tanto melhor

Se desfrutava, assim, da própria cor,

Se sabia ser lá que pertencia…

 

 

 

E, sobretudo, não sentia dor

Nem jamais encontrara tanto amor

Como encontrou na luz que então se via.

 

 

 

Imagem retirada da internet

04
Ago09

"PEPE", O PEQUENO LUGRE

Maria João Brito de Sousa

lugre.jpg

 

 

Decretas-te imortal entre os mortais,

Dominas todo o mundo e, de repente,

Exaltas o pior de toda a gente,

Destróis toda a harmonia e pedes mais?!

 

Se te crês bem melhor que os animais

Que sobrevivem inocentemente,

Então, ou és vaidoso, ou és demente

E despresas, da Vida, os seus sinais...

 

Somos todos irmãos... até a erva

Que cresce nos passeios que pisamos

É também nossa irmã, parte de nós.

 

Nem tu és amo, nem eu serei serva,

Somos, tão só, aquilo que sonhamos

E os nossos sonhos são a nossa voz.

 

Maria João Brito de Sousa - Agosto, 2009

 

PALAVRAS DE "PEPE" - Boa tarde para todos vós! Eu sou aquela avezinha que vocês podem ver na fotografia que ilustra o soneto. Tenho muito poucos dias de vida e, quis o destino que eu caísse do ninho que os meus pais construíram para mim. Não sou Lugre que se dê por vencido quando o momento parece mais adverso e piei o mais alto que pude até que passou uma Humana e me recolheu. Neste momento estou em casa dela e já consegui comer uma boa dose de bolhacha Maria amolecida com água. Não posso garantir-vos que vá sobreviver. Sou uma cria de Lugre muito, muito pequenina... mas uma coisa vos posso garantir: tentarei enquanto puder! E, tanto quanto eu pude intuir, a Humana que

me acudiu e alimentou também não desistirá!

03
Ago09

IMAGINÁRIOS

Maria João Brito de Sousa

 

 

Saberás do vento que sopra na areia?

Sabes do calor nessas rochas salgadas

Que, apesar de tudo, vão sendo habitadas?

Já viste as mudanças quando há lua cheia?

 

Já viste tritões? Conheceste a sereia

 

Que chama por ti, dessas grutas sagradas,

Nos dias incertos, às horas marcadas,

Que o tempo decreta e o acaso norteia?

 

Já te imaginaste dif`rente e, contudo,

 

Igual a ti mesmo nos sonhos que inventas,

Se a tanto chegaste por tua vontade

 

Ou és indif´rente, dizes: - Eu não mudo!,

 

Não sabes voar, nada vês ou nem tentas

Saber até onde chega a liberdade?

 

 

 

NOTA – Soneto Alexandrino

 

 

 

 

 

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