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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
31
Mar09

SEREI POETA

Maria João Brito de Sousa

 

 

SEREI POETA!

 

Ó mundo, serei sempre o que eu quiser!

Serei como souber, seja o que for,

Enquanto me não chega essoutra dor

Que me há-de vir buscar quando eu morrer.

 

Sei que serei tão "eu" quanto puder,

Que me não pintarão de alheia cor,

Que em tudo o que fizer porei amor,

Que sempre serei mais, sendo mulher.

 

Sou espectro de mim mesma em disfunção

Cumprindo a minha humana condição

Embora insatisfeita ou incompleta...

 

Escreverei, do passado, o amanhã

Da mãe Eva a sonhar com a maçã

E irei muito além! Serei poeta!

*

 

Maria João Brito de Sousa - 31.03.2010 - 10.10h

 

 

 

Imagem retirada da internet

30
Mar09

MANEIRAS DE ESTAR VIVO

Maria João Brito de Sousa

Van Gogh - Sol.jpg

Ele há tantas maneiras de estar vivo

E tanta vez julgamos tudo ter

Quando, no fundo, só podemos ver

Através deste estranho, imenso crivo...

 

Por vezes, quando penso que me privo

De coisas que talvez pudesse ter,

Descubro que o que quis foi aprender

A transmutar-me em acto criativo…

 

Muitas vezes encontro outras maneiras

De estar viva num mundo de incertezas

E sei-me, então, feliz, realizada;

 

Umas vezes arrisco e faço asneiras

Perdida entre despojos das riquezas

Em que os demais nunca encontraram nada…

 

 

Maria João Brito de Sousa - 30.03. 2009

 

 

Tela de Vincent Van gogh

 

Imagem retirada da internet

29
Mar09

UM DIA, NUM FUTURO `INDA DISTANTE...

Maria João Brito de Sousa

Um dia, num futuro `inda distante,

Num amanhã qualquer que está por vir,

Um qualquer homem que ouso pressentir,

Caminhará ainda, embora errante…

 

Os mesmos velhos sonhos, o semblante

Eternizando a busca, o descobrir…

Os passos vacilantes, sem dormir,

A procurar no sonho o semelhante…

 

Um dia, no futuro… e só mudou,

Desse homem que outro tempo em si gerou,

O nome e essa vontade que cresceu!

 

E quem me manda a mim ser futurista?

- A esperança de que o Homem não desista

Do mesmo eterno sonho que o perdeu…

 

 

 

Antecipado para a http://fabricadehistorias.blogs.sapo.pt/  :)

 

28
Mar09

SEM LUTOS

Maria João Brito de Sousa

Queria-se assim, tal qual, em transparências!

Queria-se mesmo assim, em desatino,

Sem raízes, sem pátria nem destino,

Coberto de ilusões, de incoerências.

 

Proclama-se justo entre inclemências

E supunha-se ascético ou divino...

Ingénuo, imprevisível, qual menino,

Ascendendo à mais nobre das essências.

 

Julgou-se, sempre, eterno e morreu novo,

Ignorando as calúnias do seu povo,

Desprezando os insultos. Impoluto!

 

Pensou ser emissário e não chegou

A divulgar os sonhos que sonhou

E ninguém o chorou ou fez o luto.

 

 

 

 

 

 

 

 

27
Mar09

CAI O PANO

Maria João Brito de Sousa

No palco de mim mesma, invento um mar

E estendo a alma qual pano de fundo...

Da minha lucidez eu crio um mundo

E a peça será tudo o que eu sonhar!

 

Na areia eu hei-de pôr branco-lunar

E o resto é desse azul de que me inundo

No transe criativo em que me afundo

Antes desta função recomçar...

 

Eu, peça de teatro inacabada,

Dar-vos-ei tudo sem pedir-vos nada.

Calai-vos porque o pano irá subir!

 

Alguém aplaude? Alguém pede um "encore"?

Alguém que queira mais? Alguém que adore?

[nem uma alma, sequer, veio assistir...]

 

 

No Dia Mundial do Teatro

 

Imagem retirada da internet

26
Mar09

FIGURAS DE ESTILO

Maria João Brito de Sousa

 

…tão louca por ouvir novas palavras,

Palavras segredadas ao ouvido,

Daquelas que, por serem murmuradas,

Adquirem mais rigor, maior sentido

 

E, louca por ouvir palavras soltas

Por dentro de mim mesma numa dança,

Vou-vos deixando as minhas, tão revoltas

Quanto os cabelos soltos duma trança...

 

Daquelas que ninguém pode calar,

Que, tontas, impensadas, são loucuras

Chorando ou rindo pr`a provar que sentem

 

Os versos que o meu estro ousou gerar

E que, mais que palavras, são figuras

Do estilo em que as moldar, quando não mentem...

 

Maria João Brito de Sousa -26.03.200 - 10.19h

 

(Reformulado a 15.12.2015)

 

 

 

 

 

25
Mar09

OS AMANHÃS

Maria João Brito de Sousa

Descobre os amanhãs que estão por vir!

Relembra a solidão – esse aconchego

Lá no fundo de ti, esse sossego –

Retoma essa ilusão do teu sentir…

 

É esse o teu caminho! É só sorrir…

É tocar mais além, onde eu não chego,

É este imenso e estranho desapego

Das plantas que se dão, sempre a florir!

 

Encontra a tua paz, o teu caminho…

É lá, dentro de ti, que está o ninho

Onde tudo começa. O original.

 

Encontra a luz que trazes, porque és brilho,

E ilumina a vida a cada filho

Que nasça desse encontro ocasional…

 

 

Imagem retirada da internet

 

24
Mar09

OS LOUCOS...

Maria João Brito de Sousa

Os loucos que aqui andam… quantos são?

Fazem-te acreditar que nada tens,

A ti, que possuíste tantos bens,

A ti, que tens o mundo numa mão!

 

São loucos, são tão loucos! Que invenção!

Dizem muitos “senãos”, muitos “tambéns”…

A ti, que sabes bem de aonde vens,

A ti, que lhes darás o teu perdão!

 

Os loucos que aqui andam… tantos, tantos…

Os que vão exercendo os seus encantos

Na mansidão das coisas recatadas.

 

Os loucos que aqui há! Os que mentindo

 Irão roubar ao Tempo o tempo infindo

De quem viu nascer tantas madrugadas…

 

23
Mar09

PONTUALMENTE

Maria João Brito de Sousa

A vossa indiferença é tão agreste,

Tão gélida, tão falha de calor,

Que, por vezes, perfura o que me veste

E dói-me muito mais que a própria dor.

 

Outras vezes, eu cubro-me de escudos,

De edredãos ou de mantas bem quentinhas,

Afundo-me na terra e ergo muros

Pr`abrigar-me de vós, ervas-moirinhas!

 

Mas por mais que me tape e que me aqueça,

No vento frio ecoa uma cantiga

Da memória a pregar-me uma partida...

 

Se vibra o ar num som que me pareça

Remoto eco ou coisas muito antigas...

Sinto, ao longe, o pulsar das vossas vidas!

 

 

 

 

Nota - Ainda de "O Livro das Horas Convergentes - Trinta e três sonetos e uma estrada".

 

Ainda desafios para os amigos no http://premiosemedalhas.blogs.sapo.pt/

 

 

22
Mar09

A TAREFA

Maria João Brito de Sousa

 

 

 

 

 

Ali, aonde alcança o imaginário,

Sou senhora do tempo vertical.

Minha fé, de tão pura e tão leal

Lavrou-me neste corpo esse sudário.

 

Onde os demais alcançam, eu não sou

Mais do que um estro breve da loucura...

Assim se dita a sorte a quem procura

Aquilo que nem César alcançou...

 

O meu olhar vagueia pelo mundo

E ama e sofre e vê e é fecundo...

Do alto do meu templo de cristal,

 

Qual ampulheta que nunca se esgota,

Eu sou a desterrada a quem importa

A sorte dos que mais lhe fazem mal...

 

 

NOTA - Mais um soneto de "O Livro das Horas Convergentes", datado de 07.04.07, com ligeiras modificações para obter a correcção métrica.

 

NOTA II - À vossa espera, no http://premiosemedalhas.blogs.sapo.pt/

um desafio cansadíssimo, vindo do Free-Stile...

 

 

21
Mar09

AINDA A ÁRVORE - No dia Mundial da Árvore e da Poesia

Maria João Brito de Sousa

Ainda tu, serena condição,

De uma sagrada sede de harmonia:

É o sacrário, a hóstia, a homilia

E veste da sagrada comunhão.

 

Da verticalidade, a oração,

Percorre esse teu corpo em litania

E és quem dá o vinho e dá o pão

No culminar de cada eucaristia.

 

No instante em que Deus te desenhou

Os traços breves num fundo celeste,

Numa urgência da forma que sonhou,

 

Emudeceu um anjo que parou

Olhando a perfeição serena, agreste,

Verbo ideal do Deus que te criou...

 

NOTA - Soneto retirado do livrinho que registei na SPA, "O Livro das horas Convergentes - Trinta e Três Sonetos e Uma Estrada" e que contém os primeiros trinta e três sonetos que eu escrevi, durante o Período da Quaresma de 2007. Foram feitas pequenas modificações nalguns versos pois, sendo os meus primeiros sonetos, tinham algumas falhas métricas que eu não gostaria de ver publicadas no poetaporkedeusker.

 

 

A Árvore da fotografia, uma velha amiga da Alameda, foi derrubada em 2008. A minha homenagem a ela e a todas as árvores derrubadas deste planeta, neste Dia Mundial da Árvore e da Poesia... porque alguns poetas são como as árvores.

 

 

 

 

20
Mar09

METÁFORA II

Maria João Brito de Sousa

Serenamente fui quem já não sou,

Serenamente dei, sem nada ter,

Serenamente deixo de poder

Trilhar os trilhos do que em mim morou.

 

Serenamente passo, sem passar,

E digo adeus, ao longe, a quem lá vem.

Serenamente só, sem mais ninguém,

Descubro a minha ilha de luar.

 

Serenamente parto sem partir

E alcanço nova forma de florir…

[sei lá se isto é verdade ou se é mentira…]

 

Serenamente sinto, e de sentir

Encontro [ou não encontro…] o que há-de vir

Na estranha lucidez da minha lira.

 

 

 

Perspectiva do Estuário do Tejo retirada do Boletim INFOMAIL,

da Câmara Municipal de Oeiras.

 

 

 

Aproveitando esta temática dos regionalismos, convido-vos a passarem pelo http://premiosemedalhas.blogs.sapo.pt/ onde vos esperam algumas inconfidências...

 

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