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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
31
Out08

DAS FUNÇÕES DO SONHO

Maria João Brito de Sousa

 

No meu posto. Estou sempre no meu posto!

Só devo abrir a porta a quem bem quero,

Mas vou-a sempre abrindo e já nem espero

Ouvir-te a voz, ou divisar-te um rosto...

 

Estou no meu posto. É este o meu lugar!

Quem me adivinha a dor de ser feliz?

De sonhos me alimento e da matriz

Das mil e uma formas de os sonhar,

 

Porque o sonho é subtil como os conceitos;

Ensina a (pre)sentir, a acreditar,

Germina tal e qual como a semente

 

E ao descer sobre ti, tem mil direitos,

Mas também o dever de te acordar

De quanto te adormeça inutilmente.

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - 13.10.2008 - 17.28h

Almada Negreiros - A sesta.jpg

 

 

 

Imagem - " A Sesta" - Almada Negreiros

 

30
Out08

A MISSÃO

Maria João Brito de Sousa

Há um planeta inteiro p´ra salvar!

As Musas deste céu que me ilumina

Deram-me esta missão quase divina

Numa noite de estrelas e luar...

 

Assumo esta missão, sem hesitar,

E encontro outro Quixote em cada esquina,

Mas é Sancho, afinal, quem me fascina

Ao vir lembrar-me a hora do jantar...

 

Viro costas às Musas, já rendida

(a carne é poderosa, quando chama...)

E volto ao aconchego do meu quarto.

 

Talvez noutro amanhã... talvez a vida

A traga, de bandeja, à minha cama,

Quando saciado esteja o corpo... e farto.

 

 

Maria João Brito de Sousa - 30.10.2008 - 14.57h

 

 

 

(Imagem retirada da internet)

 

29
Out08

MONEY, MONEY, MONEY! - MONEY MAKES THE WORLD GO... DOWN!!!

Maria João Brito de Sousa

São dívidas, são contas, prestações,

Infernizando o fim de cada mês

Nas horas pontuadas por: - Talvez...

Ao pedir emprestados uns tostões...

 

É a bolsa, é o "spread", são os balcões

Onde uma longa espera cede a vez

Aos eternos rosários dos "porquês?"

Do desatento ouvinte das razões...

 

O dinheiro, afinal, é a medida

Que quando falta a todos torna iguais;

Nunca medindo a fome a cada qual,

 

Se a um, em vez de pão, faltar bebida,

Nem esse tem mais sorte que os demais

No dia em que lhe falte o "vil metal"...

 

 

Maria João Brito de Sousa -29.10.2008 - 22.31h

 

 

Imagem retirada da internet

28
Out08

MARIA-SEM-CAMISA XV

Maria João Brito de Sousa

Maria-Sem-Camisa nunca trai.

Pode, às vezes, zangar-se, "olhar de lado",

Mas guardará consigo o que contado

Lhe possa dar razão. Mas cala e sai.

 

Maria-Sem-Camisa está zangada?

Foi porque alguém tentou manipular

A forma de "se ser", de "se sonhar"

Porque o resto a não toca quase nada...

 

- Maria-Sem-Camisa, olha-me o gato

Que ao perpetrar tamanho desacato

deixou a casa inteira em desalinho!

 

Mas Maria desata à gargalhada;

- Deixá-lo! Mesmo assim, desarrumada,

Há-de ter sempre a dimensão de um ninho...

 

 

Maria João Brito de Sousa - 28.10.2008 - 17.03h

 

 

"Ashes" - Edward Munsch

Imagem retirada da internt

 

 

 

 

 

 

 

 

27
Out08

ALEGORIA DA VIDA

Maria João Brito de Sousa

Eu tenho um coração que dizem d`ouro,

Mas que é músculo, sangue e muito ardor,

Batendo a descompasso. Ao seu redor,

Palavras, cores... seu único tesouro...

 

Eu tenho um coração descompassado,

Pequeno como um punho ou um nó-cego.

Humano coração a que me entrego

Apesar de ser tão desacertado...

 

Um coração rebelde, em sintonia

Com horas de tristeza e de alegria

Num percurso de vida como tantos...

 

Um coração que, exposto em "Galeria",

Se transforma em humana alegoria

Da vida, com seu mal e seus encantos...

 

 

Maria João Brito de Sousa - 27.10.2008 - 13.33h

 

 

À Helena, com um grande abraço, pela criação da

Galeria http://mariajoaobritodesousa.synthasite.com/

 

26
Out08

DOS ETERNOS ATRASOS

Maria João Brito de Sousa

Exímia a vasculhar entre as memórias,

Descubro mil tesouros manuscritos!

E são tesouros mesmo! E são benditos!

São os antigos traços de mil histórias.

 

E é sempre o acaso (ai, o Acaso...)

Que vem trazer-me às mãos o que eu encontro.

Tudo isto que vos digo, o que aqui conto,

É a razão do meu eterno atraso...

 

As coisas deste tempo vão esperando...

Eu sei que encontro mais, mas não sei quando,

Desta matéria-prima muito minha.

 

Atraso-me ao sabor destes meus dias

No acaso de antigas companhias.

Atraso-me por nunca estar sozinha.

 

 

 

Imagem retirada da internet e multiplicada por mim

com a sempre bem-vinda ajuda do Acaso.

 

25
Out08

O HERÓICO SONETO (em verso heróico)

Maria João Brito de Sousa

Eu só faço o que sei, não sei se faço

Aquilo de que os outros necessitam,

Mas dou-lhes estes sonhos que me habitam

E ofereço-me, inteirinha, nesse abraço.

 

Se o faço, é porque assumo o próprio traço

Com que agradeço aos poucos que o visitam

E aos que, vindo ler-me, me creditam

Um pouco de valor por este espaço.

 

Um traço, um esboço, um esquiço, o meu perfil,

O meu sorriso - tanta vez subtil... -,

Que aqui se cumpre ao vosso bem-dispôr

 

E este pequeno mundo, (in)coerente,

Transforma-se em Futuro, no Presente

E tange em verso heróico a minha dor.

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - Outubro de 2008 -

 

Imagem - Pormenor da tela "ESCORÇO - Grande Pintora a Lápis-de-Cor, Maria João Brito de Sousa, 2007

 

 

24
Out08

O PRAZER, segundo uma Poeta porque Deus quer

Maria João Brito de Sousa

Quando o prazer me chama, eu pinto ou escrevo

E tão feliz me sinto, e satisfeita,

Que me sinto mulher-quase-perfeita

No festivo tecer do meu enlevo!

 

Porque é puro prazer o que descrevo!

Por isso é que eu me sinto como "eleita",

Que eu semeio e partilho esta colheita

Que ofereço a quem quiser. Ao que eu me atrevo!

 

Prazer! Puro prazer, pura alegria,

Colher, de noite, e semear de dia

Palavras como espigas, como pão!

 

Prazer é, para mim, o que aqui faço!

É derrotar a dor do meu cansaço

Enquanto me partilho em comunhão...

 

 

À Ki, porque me recordei dela enquanto escrevia este soneto.

 

Ao Free Style. Porque sim.

 

Tela de René Magritte - imagem retirada da internet

23
Out08

EU, O SER-HUMANO...

Maria João Brito de Sousa

Habito em mil milénios de procura!

Questiono tudo e em tudo reconheço

As linhas pelas quais me traço e meço

Na memória de "ser" que em mim perdura.

 

Sei-me entre mil questões. Esta loucura

Que assumo, que sei minha, que agradeço,

É tudo o que já fui desde o começo

De mim, que sou humano e tão sem cura...

 

Com lágrimas nos olhos, com sorrisos,

Vivendo infernos, mesmo em paraísos,

Eu sou o Ser-Humano vertical!

 

Quantos erros, na vida, eu cometi...

Quantas coisas sublimes concebi...

Humano! Para o Bem e para o Mal!

 

 

Ao Artesão Ocioso

 

Imagem retirada da internet

22
Out08

O PASSAR DAS CARAVANAS

Maria João Brito de Sousa

Surgiu-me esta leviana compulsão

De tudo perdoar...até a mim!

A mim, que tanto errei por ser assim

Tão escrava das algemas da razão...

 

E foi crescendo em mim esse perdão,

Como a flor vai crescendo no jardim...

Foi esse tal perdão, que não tem fim,

Quem engendrou a minha decisão:

 

Tranquei-me entre paredes de cristal,

De aonde nunca saio e tudo vejo

Sem nunca saber "como" ou sonhar "quando"...

 

Fiquei a "viajar" nesse local

Onde sonho, construo e me protejo,

Enquanto as caravanas vão passando...

 

 

Ao Vitor porque "nasceu" de uma frase que ele, ontem, utilizou num comentário deste blog.

 

Imagem retirada da internet

21
Out08

OPÇÃO

Maria João Brito de Sousa

 

Não sei de aonde vens. Não sei quem és...

Se dizes o que sentes sem mentir,

Se entendes ou se apenas te quer`s rir

Daquilo que aqui escrevo e que tu lês...

 

Aceito-te como és (ou dizes ser...).

Aceito-te da cor com que te pintas

E, acaso não gostes ou me mintas,

Prefiro nem sequer tentar saber...

 

Eu vejo-te (ou invento-te em imagem?)

E sei que és, afinal, uma miragem

Desfocada do teu original...

 

Mas és um ser humano que me fala

E eu afasto a voz que se me cala

Se temo que me possas tu qu`rer mal...

 

 

 

Imagem enviada por cateespero

19
Out08

SER AS COISAS VII

Maria João Brito de Sousa

Partícula de Cosmos. Tudo e Nada!

Sol, Lua, Mar e rosa sem jardim,

Sopro daquilo que há vibrando em mim

Numa dança irreal, iluminada...

 

Ar, Fogo e Terra em mil contradições

Daquilo que julgamos ser real...

E, tudo junto, "Nós", porque, afinal,

Somos feitos de carne e de ilusões.

 

Tanta distância, tanta... e, no entanto,

Se a Vida traz em si tão estranho encanto,

Essa mesma distância é que nos une...

 

Tanta distância, tanta... e tão pertinho!

Tantos passos se dão neste caminho

No qual nenhum de nós caminha impune...

 

 

"Natividade" - Wifredo Lam (pintor surrealista cubano)

 

Imagem retirada da internet

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