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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
31
Mar08

A CHAVE DE OURO

Maria João Brito de Sousa

 

Chave-de-Ouro:

 

- Eu fecho-te onde o sonho recomeça

E volto onde outro sonho, adormecido,

Fizer soar um tímido vagido

Pr´a resolver o puzzle, peça a peça.

 

Serei a Chave de Ouro de um soneto,

A que encerra o poema e tudo explica,

A que o torna soneto, o justifica

E por fim lhe dirá que estácompleto.

 

Soneto:

 

- Sendo aberto com chave que é de prata,

Sigo em harmoniosas, curtas linhas

Até que a Chave de Ouro enfim me feche

 

E, tendo o seu segredo, o que me mata

Neste tecer-me assim de rimas minhas,

É que onde ela me encerra, o sonho cresce...

 

 

Maria João Brito de Sousa - 31.03.2008 - 12.49h

 

(Reformulado a 10.03.2016)

 

30
Mar08

EXISTIR NO SISTEMA II

Maria João Brito de Sousa

 

tiziano-prometeu-acorrentado.jpg

 

          

 

Eu, híbrido, produto inacabado,

Farinha-de-segunda em berço de oiro,

Sou farelo de um trigo honesto e loiro,

Sou cimento de escória... e mal armado,

 

Mas se um de vós me entende e me quer bem,

Em tudo o que fizer porei a alma

E, mesmo sendo joio, enfrento, calma,

As mais vis coisas que este mundo tem...

 

Eu, não-importa-o-quê, hei-de ser eu,

No fundo da cadeia alimentar

A alimentar de mim o sonho alheio,

 

Mimetizando o Fogo em Prometeu

- que Zeus um dia ousou sacrificar... -,

Atiçando esta chama no meu seio...

 

 

Maria João Brito de Sousa - 30.03.2008 -12.19h

.

29
Mar08

ARTE?

Maria João Brito de Sousa

Meus amigos, esta imagem, retirada da Net, é a de um cão que um "artista" Porto Riquenho, de nome Guillermo Habacuc Vargas, utilizou numa exposição de "Arte".

O animal foi amarrado a uma coluna da Galeria de Arte e ali esteve, sem comer nem beber durante semanas até que a morte o levasse.

Esta situação pode parecer um delírio mas foi real. Guillermo Vargas não só foi premiado pela sua "obra" como convidado a participar na próxima "Bienal Centroamericana das Honduras, 2008".

Centenas de pessoas assistaram, diaramente, à agonia do animal, sem que, dentre elas, um único ser humano se levantasse e tentasse arrancar o animal da sua agonia.

Passou-me pela cabeça ir, na minha Jangada de Imaginário, até às Honduras, mas  fui forçada a concluir que não conseguiria chegar lá viva.

Se algum de vós tiver dúvidas acerca desta macabra exposição, introduzam o nome do "artista" e encontrarão numerosos links com as mais diversas descrições sobre algo que efectivamente se passou.

Não posso ir às Honduras, mas posso fazer alguma coisa no sentido de impedir que

a "Obra de Arte" se repita este ano.

Anda, online, uma petição que me foi cedida pela Associação ANIMAL e que acabo de assinar.

Àqueles a quem o estômago genuinamente se revoltar, como a mim me está a acontecer, deixo o link para essa mesma petição.

http://www.petitiononline.com/13031953/petition.html

 

Obrigada. Por mim, pela dignidade do ser humano e pelo próximo cão eleito para glorificar a "Arte".

29
Mar08

ESTE PEQUENO DOM QUE DEUS ME DEU...

Maria João Brito de Sousa

 

O dom que Deus me deu é natural,

Não precisa de vestes nem roupagens,

Dispensa fingimentos, maquilhagens,

E exibe uma nudez que é virginal...

 

Não gosta do Sistema e sofre, às vezes,

Com coisas que este mundo valoriza

E que vão destruindo o chão que pisa

Em guerras de poder e mais revezes

 

Que a ganância do lucro acende aqui...

Depois... ergue-se, ri-se e acredita

Que a Paz há-de alcançar o apogeu...

 

Renova, nesse amor que existe em si,

Toda a luz natural que nele habita,

Este pequeno dom que Deus me deu...

 

 

Maria João Brito de Sousa - 29.03.2008 - 11.56h

 

A pedido da minha amiga Rosa Silva, Azoriana,

com o Alto patrocínio do Grande Arquitecto.

28
Mar08

ESTRANHA SORTE...

Maria João Brito de Sousa

 

Olhai! Reparai bem... eu sou só "isto";

Uma mulher que um dia foi bonita...

Ninguém que olhe de perto `inda acredita

Que um dia fosse bela a pel` que visto...

 

Mas... olhai! Quantos anos, quantas marcas,

Quanto cabelo branco... este cigarro

Que NÃO QUERO largar, a que me agarro

Mesmo num tempo duro e de horas parcas...

 

Olhai a minha corte: a bicharada!

Meus amigos do peito e meus irmãos

Que, inteiras, me confiam vida e morte...

 

Ah, vede a minha face maltratada

Por dias que engendraram sonhos vãos...

E sou feliz, contudo. Estranha sorte...  :)

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - 28.03.2008 - 10.54h

(Ontem, no elétrico, a caminho do hospital)

27
Mar08

DIÁLOGO (A "SOLO"...)

Maria João Brito de Sousa

 

Sobra-me, de mim mesma, um ego e meio,

Mil coisas que volitam por aí

E neste "transbordar" sinto-me, aqui,

Ao comparar-me a vós, "patinho-feio"...

 

Transposta esta barreira, o que granjeio

É a amizade de quem nunca vi

Neste "prémio" a que, em tempos, concorri;

Desvendar-me em poemas, sem receio...

 

Sobra-me, em cada abraço, o vosso aplauso,

Se mão que me estendeis é sempre amiga

E se acende a palavra a arder em mim...

 

Perdão, se alguns incómodos vos causo;

Sois vós quem me alimenta e quem me abriga

E é por vós que, afinal, eu escrevo assim...

 

 

Maria João Brito de Sousa - 27.03.2008 - 08.16h

 

(Na estação dos CTT, aguardando a vez da minha senha...)

 

NOTA - Sei perfeitamente quão mal pode soar este título. Na realidade, um "diálogo a solo" é um perfeito disparate, deveria ter escrito "Monólogo", mas... foi um disparate muitíssimo propositado e intencional...

Nesta minha viagem reformulativa até aos meus primeiros sonetos, tenho-me apercebido de que parti sempre do princípio que os hipotéticos leitores estariam familiarizados com a total liberdade conceptual que a poesia confere ao poeta, bem como com o facto de nem sempre o narrador coincidir com o sujeito poético. 

 

26
Mar08

EXISTIR, NO SISTEMA...

Maria João Brito de Sousa

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Eu, obra do meu mar em maré alta,

Sou rocha em erosão, matéria-prima,

E vejo além do sol e voo acima

De um horizonte ao qual sei fazer falta

 

Porque obreira do pão que há num poema

Que gasta muito pouco ou quase nada

Nestas palavras, quando sou poupada...

Posso não ser herói...(mas tenho pena!)

 

Idosa quanto baste... Ó pobre imagem

Gritando em voz bem alta aquela idade

Que a pátina do tempo enfeitou já;

 

Cinquenta e cinco anos de viagem!

E nem vislumbro, ainda, a qualidade,

Ou Estado que não chore o que me dá...

 

 

Maria João Brito de Sousa - 26.03.2008 - 11.56h

 

 

(No comboio, à vinda do Centro de Emprego...)

.

25
Mar08

http://ajudafabio.blogspot.com

Maria João Brito de Sousa


Respondo ao teu sorrir, não digo não!

Quanto pudera em mim `inda engendrar

Seria muito pouco pr`a pagar

Teu límpido sorriso, ó meu irmão!

.

Com pouco, com tão pouco, se faz tanto!

Ainda um ser humano, uma criança,

Nos mostra este sorriso aberto em esp`rança

Que faz ruir o nosso desencanto!

.

Num Blog ao pé de ti, que me visitas,

Há um menino alegre e sorridente

Que sabe o que é viver, o que é sonhar!

.

Por ele traço as palavras mais bonitas

E aponto o caminho a toda a gente

Para que o possam ver e acreditar!

.

14.20h

25
Mar08

A MONTANHA DAS CONFUSÕES

Maria João Brito de Sousa

Dispersa em tantas coisas que já fiz,

Remendo, humana peça desigual,

Impregno o que não fiz dum sonho tal

Que bem posso dizer que sou feliz...

 

Mas tantas coisas fiz, do que não quis,

Que assumir frustrações deu-me, afinal,

O pão que alimentou o Eu real

Daquilo que é carnal, mas nunca o diz...

 

Cada Centro de Emprego é, no país,

A estação derradeira, o terminal

Do reino de um sistema em disfunção

 

E a porta - que se fecha no nariz... -

O trambolhão do último ideal

Do alto da montanha, em confusão...

 

 

Maria João Brito de Sousa - 25.03.2008 - 12.46h

 

 

No comboio, às 14.06h

.

Peço a todos os amigos que tenham a bondade de me visitar hoje, que dêem uma vista de olhos ao Post anterior e vão ao  http://ajudafabio.blogspot.com

partilhar o mais bonito de todos os sorrisos!

24
Mar08

HUMANO AMOR II

Maria João Brito de Sousa

Eu quis-te, ó meu carnal, humano amor,

Quis-te até me perder nesse apetite...

Só não sei se há alguém que me acredite

Depois de ultrapassada a antiga dor...

 

Quis-te mais do que ao verso e do que à cor,

Levei-te muito além do teu limite

E mesmo havendo alguém que não hesite

Em confirmar que dei o meu melhor,

 

Quem mais pecou fui eu, que sei de cor

Ter-te exigido mais do que o que tinhas

Sem ter em conta a tua dimensão...

 

Mas sei que era menina, estava em flor,

E te não soube ler nas entrelinhas

Porque ceguei de amor... (peço perdão...)

 

 

Maria João Brito de Sousa - 24.03.2008 - 10.59h

 

Maria João Brito de Sousa - 24.03.2008 - 10.59h

.

 

23
Mar08

RESSURREIÇÃO

Maria João Brito de Sousa

 

Renasço à luz do sonho vertical

E o mundo é esse instante eternizado

Em cada verso escrito aqui deixado

No rasto da palavra intemporal...

 

Relâmpago, partícula, segundo,

Este viver por cá... e, no entanto,

A vida continua a ter encanto

Enquanto se propaga pelo mundo...

 

A cada madrugada o dia nasce

E ressuscita em nós esta alegria

De aqui permanecer, de aqui morar,

 

Pois reconstrói-se o ser, o sonho faz-se

E eis, desse amanhã, a utopia

De onde nos recomeça o caminhar...

 

 

Maria João Brito de Sousa - 23.03.2008 - 11.33h

 

Domingo de Páscoa

 

Pág. 1/4

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