26
Fev10
ESTA PARTE DE MIM QUE PODEM VER
Maria João Brito de Sousa
Não quero ir já. Não devo `inda morrer.
É muito, muito cedo pr`a partir.
Falta-me um tanto que quero saber
E umas milhentas coisas por cumprir...
E tantas, tantas coisas por fazer
Dessas tais que me irão fazer sorrir...
É cedo, ainda, para me esquecer
E muito cedo para desistir.
Mas esta mesma força que me corre
Pelas veias que agora me mantêm,
Há-de um dia extinguir-se, há-de morrer...
Será tão só o corpo o que me morre
No sangue destas veias que contêm
Esta parte de mim que podem ver.