SÁBADO, DOMINGO E SEGUNDA FEIRA V
UM SONETO "A MARTELO"...
Quis fazer um soneto assim, forçado,
Sem que a vontade ou a inspiração
Viessem conduzir a minha mão.
Com técnica, somente… um mal-amado…
Não sei se é bom, se é mau ou se enganado,
Contra a minha vontade, uma ilusão
Chegou a dar-lhe corpo e dimensão,
Porque ainda está só meio acabado…
Aqui, quase no fim, já nada sei!
Nem sequer se um soneto eu comecei,
Quanto mais se é só técnica o produto
De mim com este meio em que tracei
Palavras que não quis, mas que aceitei…
Só sei que nasce como nasce um fruto.
UM SONETO APRESSADO
Como coisa que tem de se fazer
E embora nos não dê nenhum prazer,
Nos serve p`ra cumprir uma promessa…
Ao menos fica feito! Eu sou avessa
A criar para além do que eu quiser
Mas, agora, o que importa e tem de ser
É que seja um soneto o que começa…
Afinal já está quase, quase pronto…
Aprendi que um soneto, mesmo tonto,
Pode ser exercício de vontade…
Mas se quis ou não quis escrevê-lo agora…
Isso não sei dizê-lo e vou-me embora!
Cumpri uma promessa! Isso é verdade…
O ÚLTIMO SONETO "PORQUE TEM DE SER"!
O último soneto a que me obrigo!
A ver vamos se nasce ou se não nasce…
Um pouco de vontade e a coisa faz-se!
[digo eu… nunca sei é se o consigo…]
Eis a primeira quadra! Esta segunda,
Parece mais difícil, com efeito…
Já não sei se o soneto sai perfeito
Porque a mão se me prende e se me afunda…
Só faltam dois tercetos… afinal
A coisa não me corre assim tão mal…
Isto é quase um soneto e está no fim!
Já vejo, ao longe, a praia, a minha meta!
Sem mais terceto que me comprometa,
Fecho a porta ao que aqui sobrar de mim…
IMAGEM RETIRADA DA INTERNET