17
Dez09
AS CATEDRAIS DE GELO
Maria João Brito de Sousa
Gela a branca geada. Branca, gela
E tudo se arrepia em seu redor
Como se nos mostrasse o seu melhor
Nas construções de gelo que revela.
Assim o Inverno chega e se desvela
Na criação de mil cristais sem cor,
E sem sequer olhar, seja o que for,
Agreste, toca, esculpe e remodela…
Silencioso e breve, este escultor
Das obras transparentes e espelhadas,
Vai transformando tudo em catedrais
De onde roubou o sopro do calor…
[depois, na Primavera, derrotadas,
tornam-se o verde pasto de animais…]
Imagem retirada da internet