MARIA SEM CAMISA
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Não, não sou exactamente eu, conforme a imagem sugere. É mais ou menos o meu Ego sem censura, o que por aí anda à rédea solta e que acaba, sempre, por se manifestar no momento das grandes decisões. Por isso é, como eu e como todos vós, uma personagem. Pormenores? Aqui vão!
Tem fama de ser louca e de ser má
Mas, no fundo, é poeta a tempo inteiro...
Maria vai plantando o seu canteiro
De sementes de si e o que não há
Inventa-o a Maria e tanto dá
Ter pouco se tão rico se é primeiro...
Maria-Sem-Camisa planta ideias
E disso vai colhendo o seu sustento
Sem cuidar da chegada ou da partida...
Os frutos que ela colhe são candeias,
São estrelas a luzir no firmamento
Da órbita em que traça a sua vida...
A SEM CAMISA II
Maria-Sem-Camisa, a sabe-tudo,
Aprendeu a falar c`os animais
E não desdenha nunca saber mais
Pois conhece o que diz o que está mudo...
Maria-Sem-Camisa é, sobretudo,
Uma devota ouvinte dos demais!
Entende o que lhe dizem os pardais,
Brinca com a razão onde eu me iludo...
Maria é destemida e eu nem tanto...
Maria nunca mente! Eu já menti...
Maria é bem mais forte do que eu sou!
Maria é o meu EU despido o manto
Que cobre tudo aquilo que senti
Quando a fraqueza humana germinou...
A SEM CAMISA III
Maria-Sem-Camisa é tão feliz
E passa pela vida tão contente
Que vai contagiando toda a gente
Mesmo sendo loucura o que ela diz!
O Mundo bem tentou! Ela não quis,
Em troca de riquezas, ser prudente
Ou vender-se por honras de regente...
Ficou fiel a essa directriz!
Maria, toda ela, é coração
E é isso que norteia a sua vida...
A glória e a riqueza, não as quer
Nem lhes presta, sequer, muita atenção...
E não lhe importa ser repreendida
Por ser bem mais poeta que mulher!
Maria João Brito de Sousa - 2008