URBANOS
Que imensos, improváveis oceanos
De monstros engolindo os inocentes
Entre hediondas fauces já sem dentes
Dos edifícios-berço dos humanos…
As cidades dos bairros mais urbanos
Onde a vida concentra os mais prudentes
Castelos verticais e ascendentes
Crescendo mais e mais todos os anos,
São, no entanto, espaços sociais
Que abrigam, que nos chamam, nos aquecem,
Que não iremos nunca dispensar.
Gregários, como tantos animais,
Somos aqueles que os erguem e que os tecem…
Os próprios construtores do nosso lar.
NOTA - Este soneto - um dos que me nasceram durante o passado fim de semana - veio , no verso final, mesmo a propósito de uma campanha que é mais do que meritória:
LIMPAR PORTUGAL
Imagem retirada do blog O Fio de Ariadne