"PEPE", O PEQUENO LUGRE
Decretas-te imortal entre os mortais,
Dominas todo o mundo e, de repente,
Exaltas o pior de toda a gente,
Destróis toda a harmonia e pedes mais?!
Se te crês bem melhor que os animais
Que sobrevivem inocentemente,
Então, ou és vaidoso, ou és demente
E despresas, da Vida, os seus sinais...
Somos todos irmãos... até a erva
Que cresce nos passeios que pisamos
É também nossa irmã, parte de nós.
Nem tu és amo, nem eu serei serva,
Somos, tão só, aquilo que sonhamos
E os nossos sonhos são a nossa voz.
Maria João Brito de Sousa - Agosto, 2009
PALAVRAS DE "PEPE" - Boa tarde para todos vós! Eu sou aquela avezinha que vocês podem ver na fotografia que ilustra o soneto. Tenho muito poucos dias de vida e, quis o destino que eu caísse do ninho que os meus pais construíram para mim. Não sou Lugre que se dê por vencido quando o momento parece mais adverso e piei o mais alto que pude até que passou uma Humana e me recolheu. Neste momento estou em casa dela e já consegui comer uma boa dose de bolhacha Maria amolecida com água. Não posso garantir-vos que vá sobreviver. Sou uma cria de Lugre muito, muito pequenina... mas uma coisa vos posso garantir: tentarei enquanto puder! E, tanto quanto eu pude intuir, a Humana que
me acudiu e alimentou também não desistirá!