MAR NOSSO
MAR NOSSO
*
Esgotei o mar no mar dos meus sonetos
(ou esgotou-me ele a mim, é o mais certo…)
O mar, lá longe… e fica aqui tão perto
O mais secreto mar dentre os secretos...
Esgotou-se o mar em mim… só os desertos
De ondas de areia em estranho desconcerto
Parecem estar em mim que sei, decerto,
As rotas de outros mares e de outros medos.
E, no entanto, é mar e será mar
O sangue que me corre nestas veias
Enquanto o tempo o deixa em mim correr.
E, entretanto, eu calo o meu cantar
E escuto, ao longe, o canto das sereias
Porque foi desse mar que ousei nascer.
*
Maria João Brito de Sousa - Abril, 2009
Navegado para http://fabricadehistorias.blogs.sapo.pt/
NOTA - Queiram ter a bondade de descer as "escadinhas", depois de visitarem a Fábrica de Histórias, e ver o Prémio que está à vossa espera no http://premiosemedalhas.blogs.sapo.pt/